quarta-feira, 29 de abril de 2020

HORA DE CIÊNCIA - 3

Comensalismo
Ao viajar pelo rio Tambopata, no Peru, o entomologista Phil Torres observou e filmou algo fora do comum, que partilhou através do seu canal no YouTube, The Jungle Diaries. Viu um grupo de borboletas coloridas a sufocar as cabeças de tartarugas , numa tentativa de beber as suas lágrimas ricas em sal. Como o acesso a qualquer fonte de sódio na floresta amazónica exige um longo caminho, estes insectos aproveitam as lágrimas ricas em sal das tartarugas e dos jacarés.
As borboletas atraem-se umas às outras, pelo que, se uma borboleta se está a alimentar, as suas cores brilhantes convidam as outras a juntar-se ao banquete. Segundo o entomologista, aparentemente as tartarugas ficam imperturbáveis pela intrusão e pelo toque das borboletas.
A pacificidade das tartarugas não se verifica se os insetos que procuram as suas lágrimas são abelhas. Com estas, as tartarugas reagem de forma agitada, afastam as cabeças para as tentar enxotar.
Para o entomologista esta relação é uma forma de comensalismo, em que a borboleta beneficia da tartaruga sem a afetar.

HISTORIANDO - 8

O 1º automóvel português chegou a Portugal desmontado em peças, como se de um brinquedo Lego se tratasse. Um verdadeiro quebra-cabeças. Era preciso montá-lo e tal foi uma tarefa demorada e de grande dificuldade. Ouve a explicação. O historiador Sérgio de Carvalho sabe dá-las como ninguém.




sábado, 25 de abril de 2020

HISTORIANDO - 7


25 de abril de 1974
Hoje celebram-se 46 anos da Revolução dos Cravos.
Sabes como se preparou uma revolução que pôs fim ao Estado Novo que vigorava há já 41 anos?
No vídeo que aqui te deixamos, podes conhecer, passo a passo, como se amanheceu em Portugal no dia 25 de abril de 1974, como foi elaborado o plano de operações, os pontos chave que foram ocupados pelos militares, os principais acontecimentos dos dias que se seguiram ao golpe militar, nomeadamente as tensões entre o MFA e a Junta de Salvação Nacional.


Podes, também, clicar na imagem para acederes ao vídeo.
Depois, desafiamos-te a testar os teus conhecimentos com o quiz "Acha que sabe tudo sobre o 25 de abril?", da autoria de nuno Pacheco e Inês Chaiça, disponíbilizado no  jornal Público.
Bom trabalho!










quinta-feira, 23 de abril de 2020

LEITURAS - 1

Em período de quarentena e de confinamento, sugerimos-te a leitura de uma história de confinamento em tempo de guerra. E que confinamento!  De um momento para o outro e sem fim à vista, o mundo de Anne reduziu-se a um pequeno espaço, nos fundos da empresa do pai. Era um anexo secreto composto por pequenas divisões e poucas janelas que a família Frank (Anne, o pai, a mãe e a irmã) dividiu com outras quatro pessoas. Ali, naquele espaço extremamente apertado, conviviam com o medo de serem descobertos.
Anne driblava o dia a dia entediante lendo e escrevendo. Os livros, bem como os alimentos e outros bens necessários, eram trazidos por quatro funcionários da empresa. Esses leais funcionários eram os responsáveis por manter a ligação entre o “anexo” e o mundo exterior. Miep era uma delas:
                         
O Diário de Anne Frank é uma obra do Plano Nacional de Leitura indicado para o 8.º ano de escolaridade, mas aqui apresentado em banda desenhada. Se pretenderes ler este livro, solicita-o à tua Biblioteca, por email: bibliotecaisabelalcada@gmail.com.
Vê o vídeo:

quarta-feira, 22 de abril de 2020

HISTORIANDO - 5

Palavras com História, a palavra "bera".
Qual terá sido a sua origem? Quem estará por detrás dessa palavra? Será um insulto? É uma palavra recente ou antiga?
Escuta a explicação do investigador e Professor Sérgio de Carvalho, com atenção.

sexta-feira, 17 de abril de 2020

UMA ILUSTRAÇÃO DE ADEUS A LUÍS SEPÚLVEDA


Como deves ter ouvido, o escritor Luís Sepúlveda morreu esta quinta-feira, dia 16 de abril, no Hospital Universitário Central de Astúrias, Oviedo, Espanha, aos 70 anos de idade, vitimado pela doença covid-19. O autor chileno havia sido internado no passado dia 27 de Fevereiro. Na semana anterior, participara no festival literário Correntes d’Escritas, na Póvoa de Varzim.
Paulo Galindro é autor das ilustrações de quatro livros de Luís Sepúlveda e recorreu à arte para se despedir do amigo. Fez esta ilustração de adeus sobre uma placa de madeira para a poder oferecer, se assim o entender, a Carmen Yañez, a mulher de Luís Sepúlveda. Na ilustração, representou Sepúlveda vestido “com o traje do chefe da comunidade Mapuche, também conhecido como Longko, símbolo da tradição desse povo indígena do centro-sul do Chile e do sudoeste da Argentina”. Acrescenta que a cultura Mapuche sempre foi uma cultura muito querida para ele, por muitas, muitas razões, mas muito especialmente por terem sido vítimas de constantes perseguições ao longo da história do Chile. A ligação é tão forte, que dois dos livros de Luís Sepúlveda, - “História de uma baleia branca” e “História de um cão chamado Leal” - têm como pano de fundo os Mapuche”. 

DIA NACIONAL DO ESTUDANTE


Olá, olá!
Que Dia Nacional do Estudante tão atípico! Não achas?
Sabes por que motivo foi decretado? E quando?
Lê aqui, para que fiques informado:
Este dia foi decretado pela Assembleia da República Portuguesa em 1987.
Além de um dia de comemoração, é um dia de luta e de homenagem, já que a data é celebrada pelo movimento estudantil nacional, de forma a relembrar as dificuldades e obstáculos que os estudantes enfrentaram na década de 60, aquando da crise académica vivida em Portugal.
A 17 de abril de 1969, a Universidade de Coimbra estava a inaugurar o Departamento de Matemática e o Presidente da República da época, Américo Thomaz, seguiu para a capital dos estudantes na companhia do Ministro da Educação, José Hermano Saraiva, numa época em que a contestação estudantil estava ao rubro. Quando a comitiva lá chegou foi recebida por um mar de capas negras com cartazes, em protesto. Estavam nas ruas e nas faculdades e não havia forma de o regime as ignorar.
Américo Thomaz entrou no edifício e discursou perante um público de apoiantes; os estudantes foram mantidos fora da Sala 17 de Abril, onde a reunião estava a acontecer. No final do discurso, o Presidente da Direção-Geral da Associação Académica de Coimbra (Alberto Martins, hoje um destacado militante do PS, ex-ministro da Justiça) subiu, para cima de uma cadeira, com a capa aos ombros e disse: “Em nome dos estudantes de Coimbra, peço a palavra”. A palavra não lhe foi dada: atrapalhado, o Presidente da República introduziu o discurso do Ministro das Obras Públicas e a sessão terminou logo a seguir. Foi a gota de água: as vaias que acompanharam a saída da comitiva marcaram o início da Crise Académica de 1969.
Ainda a 17 de abril, Alberto Martins foi detido e passou a noite na cadeia. A comunidade estudantil preparou-se para agir, mas fê-lo, a partir de 22 de abril, quando oito estudantes da Universidade de Coimbra foram suspensos e proibidos de assistir às aulas. A Assembleia Magna decretou luto académico e as aulas foram substituídas por reuniões e debates, precisamente, na sala nova da Universidade. 
O governo considerava as ações dos estudantes como uma “onda de anarquia que tornou impossível o funcionamento das aulas”. E, apesar de os meios de comunicação social estarem proibidos de escrever, falar ou mostrar o que se passava em Coimbra, alguns conseguiram fazê-lo subtilmente. Foi o caso do Diário de Coimbra, que usou recursos estilísticos para explicar algumas intervenções que os estudantes estavam a levar a cabo no centro da cidade.
A celebração desta data pretende, ainda, apelar à participação e mobilização dos estudantes em prol de um novo modelo de educação: uma educação de e para todos/asO direito à educação é um direito basilar da nossa sociedade, consagrado constitucionalmente e que requer o envolvimento de todos/as. A data lembra ainda que o estudante é um pilar da sociedade.

terça-feira, 14 de abril de 2020

ESTUDO EM CASA

Então, tens estudado Matemática? E Ciências Físico-Químicas?
São disciplinas que têm de estar sempre no teu plano de trabalho. Um verdadeiro desafio!
Ainda te recordas da Plataforma Khan Academy?
Visualiza os vídeos com os conteúdos que já deste e, se fores corajoso(a), aventura--te pelos conteúdos que ainda não trabalhaste em sala de aula. Tem em mente que a visualização dos vídeos até ao fim te dá pontos.
Depois realiza as atividades de verificação e consolidação de conhecimentos que te são propostas. Já sabes que não podes passar ao nível seguinte, se não tiveres realizado com sucesso todos os exercícios propostos.
Quando tudo isto tiver passado e pudermos estar de novo juntos, queremos saber em que nível já vais e conhecer os teus avatares.
Para acederes, clica AQUI.

quarta-feira, 8 de abril de 2020

HISTORIANDO - 4

1348, Peste Negra
Grande pandemia da Idade Média que dizimou um terço da população europeia.
Que medidas sanitárias foram usadas para a combater? Cumpriram períodos de confinamento?

sexta-feira, 3 de abril de 2020

LITERATURA

Em tempos difíceis, multiplicam-se partilhas de textos, imagens, canções, gestos que nos dêem alento e nos façam refletir.
Já deves ter ouvido ou lido que, depois desta pandemia, tudo será diferente. 
Convidamos-te a ler o texto que partilhamos e que nele consigas encontrar semelhanças com o que estamos a viver e inspiração para a mudança que acontecerá, inevitavelmente.
É preciso fazermos um esforço para equilibrar o coração com a razão. FORÇA!
- Capitão, o menino está preocupado e muito inquieto devido à quarentena que o porto nos impôs.
- O que te inquieta, menino? Não tens comida suficiente? Não dormes o suficiente?
- Não é isso, Capitão. É que não suporto não poder ir à terra e abraçar minha família.
- E se te deixassem sair do navio e estivesses contaminado, suportarias a culpa de infectar alguém que não tem condições de aguentar a doença?
- Não me perdoaria nunca, mas para mim inventaram essa peste.
- Pode ser, mas e se não foi inventada?
- Entendo o que queres dizer, mas me sinto privado da minha liberdade, Capitão, me privaram de algo.
- E tu te privas ainda mais de algo.
- Está de brincadeira, comigo?
- De forma alguma. Se te privas de algo sem responder de maneira adequada, terás perdido.
- Então quer dizer, segundo me dizes, que se me tiram algo, para vencer eu devo privar-me de mais alguma coisa por mim mesmo?
- Exatamente. Eu fiz quarentena há 7 anos atrás.
- E o que foi que tiveste de te privar?
- Eu tinha que esperar mais de 20 dias dentro do barco. Havia meses em que eu ansiava por chegar ao porto e desfrutar da primavera em terra. Houve uma epidemia. No Porto Abril proibiram-nos de descer. Os primeiros dias foram duros. Sentia-me como vocês. Logo comecei a confrontar aquelas imposições utilizando a lógica. Sabia que depois de 21 dias deste comportamento se cria um hábito, e em vez de me lamentar e criar hábitos desastrosos, comecei a comportar-me de maneira diferente de todos os demais. Comecei com o alimento. Impus-me comer a metade do quanto comia habitualmente. Depois comecei a selecionar os alimentos de mais fácil digestão, para não sobrecarregar o corpo. Passei a nutrir-me de alimentos que, por tradição histórica, tinham mantido o homem com saúde.
O passo seguinte foi unir a isso uma depuração de pensamentos pouco saudáveis e ter cada vez mais pensamentos elevados e nobres. Impus-me ler ao menos uma página a cada dia de um argumento que não conhecia. Impus-me fazer exercícios sobre a ponte do barco. Um velho hindu me havia dito anos antes, que o corpo se potencializava ao reter o alento. Impus-me fazer profundas respirações completas a cada manhã. Creio que os meus pulmões nunca tinham chegado a tamanha capacidade e força. A parte da tarde era a hora das orações, a hora de agradecer a uma entidade qualquer por não me haver dado, como destino, privações graves durante toda minha vida.
O hindu tina-me aconselhado também a criar o hábito de imaginar a luz entrando em mim e tornando-me mais forte. Podia funcionar também para as pessoas queridas que estavam distantes e, assim, integrei também esta prática na minha rotina diária dentro do barco.
Em vez de pensar em tudo que não podia fazer, pensava no que faria uma vez chegado à terra firme. Visualizava as cenas de cada dia, vivia-as intensamente e gozava da espera. Tudo o que podemos obter em seguida não é interessante. Nunca. A espera serve para sublimar o desejo e torná-lo mais poderoso. Privei-me de alimentos suculentos, de garrafas de rum e outras delícias. Privei-me de jogar baralho, de dormir muito, de praticar o ócio, de pensar apenas no que me privaram.
- Como acabou, Capitão?
- Eu adquiri todos aqueles hábitos novos. Deixaram-me baixar do barco muito tempo depois do previsto.
- Privaram vocês da primavera, então?
- Sim, naquele ano privaram-me da primavera, e de muitas coisas mais, mas eu, mesmo assim, floresci, levei a primavera dentro de mim, e ninguém nunca mais pode tirá-la de mim.


Alessandro Frezza

quarta-feira, 1 de abril de 2020

HISTORIANDO - 3

Palavras com História - a origem do "filho da mãe"
Por acaso já alguém te dirigiu o insulto «filho da mãe» ou já o dirigiste a alguém? Sabes o que significa? Quando surgiu? Quem é o autor?