quinta-feira, 23 de julho de 2020

HISTORIANDO - 12

A breve história da máscara

Em tempos de pandemia em que nos é imposto o uso de uma máscara como medida de prevenção contra a propagação do vírus SARS-COV 2 e da doença que provoca, a Covid-19, o Canal História apresentou-nos uma breve história da máscara, que, ao longo dos tempos, tem salvado milhões de vidas.
 Mas, nem sempre o modelo foi como o que conhecemos, embora se multipliquem os padrões. A mais estranha foi a máscara “bico de pássaro”, uma das primeiras a ser produzida e utilizada.  Surgiu durante as epidemias de peste que, no século XIV, se abateram sobre a Europa e dizimaram cerca de 1/3 da sua população. Era uma máscara utilizada pelos médicos, os físicos como eram chamados, que tratavam a peste bubónica ou peste negra. Estas máscaras tinham dois orifícios no seu interior, onde os médicos colocavam incenso para suportar os maus odores. Pensavam eles que, afastando os maus odores, se protegiam do contágio.
Já no século XIX, em 1897, os médicos começaram a utilizar uma espécie de máscara, não para se protegerem ou proteger os pacientes de infeções, mas para evitar espalhar gotículas no caso de espirrarem ou tossirem durante as operações. Por este motivo, ainda hoje durante as cirurgias, a equipa médica e de enfermagem continua a utilizá-las, pelo que receberam o nome de máscaras cirúrgicas. As primeiras máscaras eram muito rudimentares, consistiam apenas num grande lenço atado à volta da boca e do nariz.

O uso da máscara generalizou-se com a epidemia conhecida por “gripe espanhola” com a mesma finalidade: conter a propagação da doença. Foi inventada por Wu Lien-teh aquando de uma grande praga que ocorreu na Manchúria (Norte da China) que registava uma taxa de mortalidade, em 48 horas. Este médico foi convocado para analisar a situação e concluiu que a transmissão se fazia por via aérea e não pela picada de pulgas, como supunham.
Inspirado pelo modelo de máscaras que se usavam na Europa, adicionou-lhes mais camadas de filtro para aumentar o nível de proteção. Tornou-se um símbolo do progresso científico. A nova máscara era barata e os seus materiais estavam facilmente disponíveis, pelo que a produção em massa disparou.
Desde então a imprensa deu-a a conhecer e a máscara popularizou-se na Europa e no mundo, passando a ser utilizada por médicos, soldados e pelas pessoas comuns.
Em 1917, quando surgiu a “gripe espanhola”, a máscara de Wu ficou mundialmente conhecida e ajudou, em grande medida, a acalmar a propagação da doença, responsável por um número muito próximo de 100 milhões de mortes em todo o mundo.